Do naufrágio na Copa do Mundo, eles foram os únicos que se salvaram com a luxuosa companhia do Zé Roberto. De lá para cá, nas ocasiões em que atuaram juntos, os dois não deram dor de cabeça ao técnico que dava plantâo à beira do campo ou aos torcedores diante da televisão. Têm estilos absolutamente dsintintos, mas absolutamente compatíveis também. O Lúcio, que não tem mais nenhum parentesco com o zagueiro temperamental e precipitado de outras épocas, mostra mais serenidade e como faz bem ter a companhia de um zagueiro técnico, refinado na maioria das vezes, e inimigo do pontapé.
Há tempos, precisamente desde Aldair e Márcio Santos, nos Estados Unidos em 94, que a Seleção Brasileira não apresentava jogadores tão consistentes. Os elogios se acumulam com a mesma quantidade que eles rebatem bolas e diminuem o batimento cardíaco dos torcedores sempre que o Brasil é atacado. Não é muito comum para o torcedor olhar zagueiros. Fala-se deles mais quando falham. Não pensem que é algo pessoal com o fato de o sujeito ter escolhido jogar na defesa. Passa muito mais pela vocação ofensiva que está na corrente sanguínea do brasileiro, embora muitas transfusões tenham sido feitas nos últimos tempos.
Só que Juan e Lúcio ou Lúcio e Juan conseguiram entrar num outro estágio. Não dá para esperar de um ou outro o chute do Kaká; o passe para dar torcicolo do Ronaldinho Gaúcho ou o drible que pinça o nervo ciático do Robinho. Mas se pode - e eles comprovam na pratica - que os sustos diminuíram. Ainda bem.
Por Paulo César Vasconcellos
Isento em 2006, Juan mira campeões de 94 e 02 como exemplos
A dupla de zaga Juan e Lúcio foi desfeita na Copa América porque o segundo estava machucado e não viajou para a Venezuela. Mas agora está de volta nas eliminatórias. E novamente como unanimidade. Isento na decepcionante campanha da Copa do Mundo de 2006, assim como o seu companheiro, Juan mira os campeões de 1994 e 2002 para ter vida longa na seleção brasileira."No Brasil sempre foi assim, os zagueiros são os mais criticados. Mas isso aos poucos está mudando, principalmente na seleção brasileira. Em 1994 e 2002, quando a seleção conquistou a Copa, por exemplo, todos os defensores foram bem", comentou Juan, agora zagueiro da Roma, da Itália.As duas defesas citadas por Juan, aliás, tiveram ótimas campanhas. No Mundial dos Estados Unidos, Aldair e Márcio Santos viram o Brasil levar apenas três gols na competição. No ano do
pentacampeonato, no Japão, o trio formado por Lúcio, Edmílson e Roque Junior foi vazado apenas em quatro oportunidades.

"Eu nunca escondi de ninguém que o Aldair sempre foi uma referência para mim. Foi um grande zagueiro e eu me espelhei muito nele", declarou Juan.
No ano passado, na Copa do Mundo da Alemanha, Juan também formou a dupla de zaga com o pentacampeão Lúcio. E com apenas dois gols sofridos, um para o Japão e outro no jogo da eliminação para a França, saíram da competição como um dos poucos destaques do time de Parreira ao lado de Zé Roberto.
Os três foram poupados das severas críticas ao restante do elenco, principalmente os veteranos, acusados de soberba e falta de comprometimento. Tanto que Juan e Lúcio não deixaram de fazer parte da lista do técnico Dunga, responsável pela renovação na seleção brasileira.
O primeiro desafio oficial da dupla Juan-Lúcio depois da Copa do Mundo acontece neste domingo, contra a Colômbia, em Bogotá, pela partida de estréia das eliminatórias para o Mundial de 2010, na África do Sul.
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