sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Domingos Antônio da Guia - O maior de todos os tempos


Em pé : Carlos Alberto Torres, Nilton Santos, Bellini, Gilmar, Falcão e DOMINGOS DA GUIA ;

Agachados : Didi, Garrincha, Romário, Pelé e Zizinho.



Esta é considerada a Seleção de todos os tempos, numa eleição recente. Craques da mais fina estirpe, do mais alto refino na relação com a pelota. Realizar uma eleição dos maiores, quando em questão está a Seleção Brasileira, não é tarefa trivial - muito pelo contrário.
E para o Domingos, por exemplo, a situação fica bem complicada - seus feitos e atuações mitológicas se deram no início do século XX, tempos distantes da TV e da Internet.
O destino reservou para Domingos Antônio da Guia um título exclusivo. É um título que demonstra a unanimidade do jogador na América do Sul nos 30 e 40 - culminando na nomeação de "maior jogador brasileiro de todos os tempos" em 1948. E era um zagueiro. Seu tricampeonato sul-americano (algo jamais alcançado por outro jogador) deu a Domingos o status de lenda não só no Brasil, mas na Argentina e no Uruguai. E ele nos deixaria acreditar que era uma intervenção divina. Com sua fé em Deus, era divinamente inspirado. Enfatizando seu lado espiritual e sua destreza atlética, o seu apelido - provavelmente obra do gênio e jornalista Mário Filho - era perfeito : Divino Mestre.

O grande Da Guia também é caracterizado pelo pioneirismo, como o reconhecimento do mercado exterior por atletas brasileiros. Dentre outros, cito mais um exemplo.
Craque da era pré-Pelé, abriu caminhos para jogadores negros no Brasil, junto de companheiros como Leônidas da Silva. Domingos, que era neto de escravos, foi um dos primeiros jogadores a tomarem atitudes quanto ao problema da segregação racial no futebol, como podemos observar em sua participação no amistoso em São Paulo entre duas equipes de negros, com o intuito de chamar a atenção para a questão racial. Nas palavras do ex-senador, antigo militante da FNB (Frente Negra Brasileira) e ícone da luta negra no Brasil, Abdias do Nascimento : "...Tem que ser herói para poder sustentar a dignidade e lutar pela liberdade plena do negro no país daqueles tempos." A ainda recente 'abolição' ( se é que podemos falar desse modo) refletia intensamente no quadro étnico-social brasileiro naqueles tempos. Isso sem falar na Argentina, onde Domingos também trinfou.
Bom, como forma de homenagear o grande mestre, eu irei publicar um especial dividido em 17 partes, ordenados conforme os capítulos do livro : "DOMINGOS DA GUIA - O DIVINO MESTRE ", escrito pelo correspondente da respeitadíssima rede BBC, o inglês Aidan Hamilton. Ou seja, sem periodicidade estabelecida, este blogueiro que vos escreve estará sempre os brindando com textos sobre o Mito. Uma forma de manter viva a memória do maior beque que o Brasil já pode ver, um exemplo para todos nós.

19/11/1911 ---- 18/05/2000

.Bangu (1929 a 1931 ; 1948 e 1949)
.Vasco da Gama (1932, 1934 e 1936*) - Títulos : Torneio Início 1932, Campeonato Carioca 1934
.Andaraí (1933**)
.Nacional /URU (1933 e 1934) - Títulos : Campeonato Uruguaio 1933
.Boca Juniors /ARG (1935 a 1937) - Títulos : Campeonato Argentino 1935
.Flamengo (1936 ; 1937 a 1943) - Títulos : Torneio Abertura 1936, Torneio Relâmpago 1943 , Tricampeonato Carioca 1939, 1942 e 1943
.Corinthians (1944 a 1948) - Títulos : Taça Cidade de São Paulo 1947
.Seleção Carioca (1930, 1931, 1934, 1939 a 1943) - Títulos : Tetracampeonato Brasileiro 1931, 1939, 1940 e 1943
.Seleção Paulista (1944 e 1947)
.Seleção Brasileira (1931 a 1946) - Títulos : Copa Rio Branco 1931 e 1932 , Copa Roca 1945

*O Boca Juniors permitiu que atuasse em caráter excepcional em um jogo amistoso contra o Huracán /ARG.
**Com sua ida para Montevidéu quase certa, onde atuaria pelo Nacional, aceitou um convite do Andaraí para excursionar pela Bahia.

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